PRÓXIMA BICICLETADA SALVADOR [MASSA CRÍTICA]: 29 de março de 2013 - Concentração: 19h

Aonde? Largo da Mariquita, Rio Vermelho

Evento gratuito.

A Massa Crítica, ou Bicicletada, é um evento aberto a todos aqueles que estejam afim de articular coletivamente estratégias para divulgar, estimular e promover as condições necessárias para o uso da bicicleta como meio de transporte, além de reivindicar o seu espaço nas ruas. Desse modo pretende-se despertar a população e os gestores da mobilidade a consciência de que a bicicleta é um meio de transporte, sustentável, e que como todos os outros merece o devido respeito.

Lutamos por cidades amigáveis, onde os seres humanos sejam respeitados, por transporte público de qualidade para todos, multimodal e integrado. A mobilidade urbana é um direito de todos.

Contato: bicicletadassa@gmail.com

sábado, 31 de julho de 2010

A união faz a força


Bicicletada de Julho em Salvador contou com a participação de 10 pessoas, apesar da chuva a vontade de ir as ruas prevaleceu e a pedalada desse mês foi um sucesso!
Estão todos convidados a se juntarem ao movimento na próxima bicicletada  dia 27 de agosto! 

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Pra quem quiser conhecer mais sobre a bicicletada no Brasil:

ABAIXO O CARRO... VIVA A BICICLETA!




"ABAIXO O CARRO... VIVA A BICICLETA!
Caroline Granier
O CARRO NÃO É SIMPLESMENTE um meio de locomoção, como certas pessoas particularmente ingênuas poderiam pensar. A invenção
do carro não foi também um passo gigantesco no caminho do progresso, como os publicitários querem nos fazer crer.
Não, o carro é um instrumento de poder e destruição. Ele é inimigo
dos seres humanos: não somente porque ele os mata (pedestres imprudentes, transeuntes distraídos, vítimas de assassinos comuns, os motoristas), mas também porque ele os deforma, os desfigura, os nega – uma pessoa ao volante não é mais um ser humano.
Pegue uma pessoa comum, pacífica, reservada e habitualmente calma. Meta-lhe entre as mãos um volante e sob os seus pés um acelerador. Lance-a em um engarrafamento, por exemplo, numa rua movimentada às 6 horas da tarde. Olhe para ela... Você não a reconhece mais? Mas, no entanto, está ali, um bruto desumano, pálido, interpelando os outros automobilistas a golpe de insultos obscenos e rabugentos... Ela amedrontou você? Acrescente-lhe um celular e terá triplicado seu poder de matar. É como se você desse um revólver a alguém... Raros são aqueles que irão recusar a servir-se dele.
Réjean Ducharme, um escritor nascido em Quebec, analisou particularmente bem esse processo que transforma o humano em
120 Apocalipse Motorizado
automobilista. Aliás, ele propõe não chamar mais automobilista, mas automóvel, uma vez que o condutor forma um corpo com seu veículo:
Quando digo automóveis, quero dizer automobilistas. O automóvel e o automobilista fazem parte de uma só e mesma coisa: o automóvel.
Não se tem um automóvel; se é um automóvel.
Não se pode nascer automóvel; torna-se automóvel, de repente.1
Para finalizar, segue um poema composto pelo narrador do romance de Ducharme:

Os automóveis2
Sobre o caminho de concreto,
Passam os homens e as mulheres
Enxertados nos veículos
Que apagam o sangue e a alma.
Passam no automóvel,
Esses homens loucos, essas mulheres loucas.
E se crêem, ai de mim, aptos
A viver apenas de petróleo.
Eles não falam, buzinam.
E não andam: rolam.
Visto que com duas pernas eu funciono,
Eles riem; me chamam de galinha.
São amarelos, ou verdes, ou negros.
Entre eles, nada de segregação:
Mexem-se entre as calçadas
Lado a lado e a uníssono.

1. Extraído de Le Nez qui Voque, NRF, Gallimard, 1967.
2. Tradução livre do original: Les automobiles – Sur le chemin des édicules,/Passent
des hommes et des femmes/Greffés avec des véhicules/Qui éteignent le sang et l’âme./Il passent en automobile,/Ces hommes fous, ces femmes folles./Et ils se croient, hélas, habiles/De ne vivre que de pétrole./Ils ne parlent pas, ils klaxonnent./Et ils ne marchent pas: ils roulent./Vu qu’à deux jambes, je fonctionne,/Ils rient; ils me traitent de poule./Ils sont jaunes, ou verts, ou noirs./Entre eux, point de ségrégation:/
Ils bougent entre les trottoirs/Côte à côte et à l’unisson.
Ned Ludd (org.) 121

Estejamos atentos!
Mas o que fazer, você me pergunta, se não quisermos nos tornar “automóveis”? A resposta é simples: sejamos ciclistas! O ciclista é o oposto do “automóvel”: mesmo em cima de sua bicicleta, ele conserva todo seu livre-arbítrio, pode ir aonde quiser, estacionar onde achar melhor... Ele não ameaça constantemente a vida de seus vizinhos. Está à escuta do exterior: em vez de se blindar medrosamente
se rodeando de aço, ele imerge corajosamente em seu meio ambiente – que evita, além disso, poluir. Raramente perde o controle de si, e se deixa guiar por dois princípios: a liberdade e o respeito ao outro.
Pode-se ver então que a escolha de um meio de transporte é, acima de tudo, uma escolha de vida: um estado de espírito. Recusar o carro é recusar um modo de vida que nos torna perigosos (para nós mesmos, para os outros e para o meio ambiente), é querer uma vida diferente daquela proposta pelos publicitários que nos impõem a sociedade moderna.
Não somente com palavras se muda a sociedade...
A todos aqueles que enaltecem o individualismo, o comunismo, o “ecologismo” etc., eu respondo: o ciclismo!"

"Apocalipse Motorizado
 A tirania do automóvel em um planeta poluído”
Ned Ludd